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Marcas que aparecem com frequência no acervo do No Waste Brechó

  • Foto do escritor: No Waste Brechó
    No Waste Brechó
  • 23 de mai.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 29 de mai.

Tem marcas que a gente já conhece de nome, porque viraram referência no mundo inteiro. E tem outras que não são tão populares, mas que lá atrás ajudaram a moldar o que a gente entende hoje como roupa de qualidade: peças bem feitas, com propósito, que duram.


Nesse post, reuni algumas que aparecem com frequência no acervo do No Waste Brechó — e que merecem ser mais conhecidas.

Foto em preto e branco da fachada original da L.L. Bean em Freeport, Maine, com carros antigos na rua e letreiro da marca em destaque.
Loja da L.L. Bean em Freeport nos anos 1930. O prédio ainda abriga a sede da marca, aberta 24 horas por dia desde 1951.
  1. L. L. Bean

Fundada em 1912 no Maine (EUA), a L.L. Bean nasceu da necessidade: Leon Leonwood Bean queria uma bota que aguentasse caçar no terreno lamacento da Nova Inglaterra — e criou ele mesmo o protótipo.

A “Bean Boot”, com sola de borracha e cano de couro, virou o primeiro produto da marca. Só que a estreia não foi perfeita: 90 de 100 pares vendidos apresentaram defeitos. Ele reembolsou todo mundo. E isso acabou marcando o que se tornaria a identidade da empresa: compromisso com qualidade, durabilidade e reparo — antes mesmo disso ser uma pauta.


Par de botas altas da L.L. Bean com sola de borracha e cano de couro, modelo original criado em 1912.
As primeiras "Bean Boots", criadas por Leon Leonwood Bean em 1912.

A L.L. Bean construiu sua reputação fornecendo equipamentos e roupas para o uso real: frio, umidade, caça, pesca, trilhas. E, com o tempo, virou referência de estilo também. Aquela estética americana clássica, que hoje parece vintage por natureza — camisas de flanela espessas, jaquetas de campo, tricôs robustos — foi moldada em grande parte pela L.L. Bean.



Imagem em preto e branco de um homem produzindo iscas de pesca artesanalmente em uma mesa de trabalho da L.L. Bean nos anos 1930.
Produção manual de iscas artificiais nos ateliês da L.L. Bean, em 1937. O cuidado com cada detalhe sempre fez parte do DNA da marca

No acervo do No Waste, o que mais aparece são fleeces, parkas, jaquetas, calças e camisas. Muitas têm cores vivas ou padrões marcantes, mas com uma construção que é sempre muito funcional.

Quando encontro uma L.L. Bean antiga, costumo reparar primeiro no material, no tipo de forro e na etiqueta interna — são boas pistas da época e da proposta da peça. Tem uma estrutura firme, pensada pro uso real, mas que continua confortável e versátil mesmo depois de anos.


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  1. Eddie Bauer

Pouca gente no Brasil conhece essa marca, mas ela é uma das mais relevantes quando o assunto é vestuário técnico com história.

Foto da primeira jaqueta de plumas patenteada nos Estados Unidos, modelo Skyliner da Eddie Bauer.
A primeira jaqueta de plumas patenteada dos Estados Unidos, a Skyliner.

Fundada em Seattle nos anos 1920, a Eddie Bauer começou como uma loja de artigos esportivos e logo se destacou por criar produtos para o clima rigoroso do Noroeste americano.


Nos anos 1930, Eddie Bauer foi o primeiro a patentear um casaco acolchoado com penas nos Estados Unidos — o Skyliner. Ele criou o modelo após quase morrer de hipotermia em uma pescaria de inverno. A experiência virou motivação: ele queria uma roupa leve, quente e confiável. Isso influenciou diretamente o surgimento das parkas modernas e marcou o início do design técnico funcional como conhecemos hoje.

Páginas de um catálogo antigo da Eddie Bauer mostrando o modelo Skyliner com ilustrações e especificações técnicas.
Catálogo da Eddie Bauer nos anos 40 com os primeiros casacos acolchoados patenteados.

A marca também foi uma das primeiras a fornecer equipamentos para expedições de alto nível, incluindo as que escalaram o Monte Everest e diversas montanhas da América do Norte. Foi ali que as roupas acolchoadas da Eddie Bauer se provaram em condições extremas, consolidando sua reputação como marca de confiança para quem depende da roupa para sobreviver.

foto de uma expedição nos anos 1950 com barraca e casacos Eddie Bauer nas montanhas nevadas, simbolizando a resistência das peças em condições extremas.
Uma das expedições equipadas com peças da Eddie Bauer, nos anos 50.

No acervo do No Waste, o que mais aparece são parkas com forro grosso, fleeces pesados, coletes funcionais e jaquetas com pegada workwear — muitas vezes com acabamentos que lembram uniformes de exploração ou de uso profissional.

Mesmo que o nome não seja tão conhecido quanto outros, a Eddie Bauer tem um legado silencioso que aparece nos detalhes. As peças costumam ter estrutura firme, bom caimento e uma qualidade que você sente no toque — e entende melhor ainda quando veste.

Peças da Eddie Bauer do nosso acervo
Peças da Eddie Bauer do nosso acervo
  1. Patagonia

Foto em preto e branco de Yvon Chouinard, fundador da Patagonia, carregando equipamentos de escalada nos anos 1960.
Yvon Chouinard nos anos 60, antes de fundar a Patagonia. Ele começou fazendo equipamentos de escalada à mão para uso próprio.

A Patagonia foi fundada em 1973 na Califórnia por Yvon Chouinard, um escalador que começou vendendo equipamentos de alpinismo feitos por ele mesmo.

Com o tempo, a marca se tornou uma das maiores referências mundiais em vestuário outdoor e sustentabilidade.

A Patagonia ajudou a consolidar um visual que hoje parece moda, mas nasceu da necessidade: casacos com bolsos largos, tecidos respiráveis, cores vivas para visibilidade na neve. Tudo tinha um motivo.

Imagem de produtos da Patagonia nos anos 70, incluindo suéteres listrados e cordas, ao ar livre.
Equipamentos e peças da Patagonia nos anos 70, antes de a marca ganhar fama global. O foco sempre foi uso real e durabilidade.

Ao longo dos anos, a Patagonia implementou políticas como horário flexível para surfistas em dias de onda boa, conserto gratuito de roupas danificadas e até um programa de recompra de peças usadas pela própria marca.


Yvon Chouinard, fundador da Patagonia, sentado à mesa de madeira escrevendo, com ambiente rústico ao fundo.
Yvon Chouinard em 2022, ao formalizar a decisão de doar 100% da Patagonia para causas ambientais.

Em 2022, Chouinard doou 100% das ações da Patagonia a um fundo que destina todos os lucros para causas ambientais. Ele declarou: "Em vez de tirar valor da natureza, estamos devolvendo".


As peças mais comuns da marca no acervo do No Waste são fleeces, jaquetas bomber e corta-ventos antigos. Mesmo as mais antigas mantêm a proposta técnica e funcional da marca, com tecido resistente, acabamento bem pensado e um visual que segue atual mesmo com o passar dos anos.







  1. Columbia sportswear

Homem e mulher trabalhando na criação das primeiras jaquetas técnicas da Columbia, com tecidos e moldes em cima da mesa.
Processo de criação das primeiras jaquetas técnicas da Columbia, ainda nos anos 80. Cada detalhe era pensado para resistir ao uso real

A Columbia nasceu em 1938 como Columbia Hat Company, liderada por Paul Lamfrom, um imigrante judeu que fugiu da Alemanha nazista com sua família.

O negócio só virou Columbia Sportswear nos anos 60, quando sua filha, Gert Boyle, assumiu a direção após a morte do marido. Foi sob o comando dela que a marca ganhou força, se posicionando como uma empresa focada em roupas funcionais, acessíveis e resistentes ao uso real — não ao visual de passarela.


A fama da Columbia cresceu com campanhas irreverentes e peças projetadas pra suportar frio, chuva, esforço físico e até quedas na água. Foi uma das pioneiras no desenvolvimento de tecnologias como Omni-Tech (impermeável e respirável) e Omni-Heat(isolamento térmico refletivo), que estão presentes até hoje em muitas das suas jaquetas, fleeces e parkas.


Homem dentro do rio pescando com colete Columbia, camisa xadrez e chapéu, mostrando o uso real da peça.
Colete técnico da Columbia em uso real: a marca ganhou reconhecimento por desenvolver peças específicas para esportes como pesca, com foco total em função, acessibilidade e resistência.

No acervo do No Waste, é comum encontrar parkas, jaquetas corta-vento, fleeces e também alguns modelosde calças e coletes. A variedade é grande, e as peças costumam vir com detalhes pensados para o uso real: bolsos estrategicamente posicionados, zíperes reforçados, ajustes de punho e gola.


Jaqueta Columbia amarela com detalhes azul marinho e capuz com logo bordado, fotografada sobre tapete vintage.
Uma das peças da Columbia do acervo: corte técnico, bolsos funcionais e aquela combinação de cor e estrutura típica dos anos 90.

As versões americanas da Columbia muitas vezes têm corte, acabamento e composição diferentes das vendidas no Brasil, o que torna o garimpo ainda mais interessante. Não são roupas que querem ser o destaque da produção — mas cumprem bem o papel de estar lá quando você precisa.


Essas marcas ajudam a contar a história que sustenta o No Waste. São nomes que marcaram o design funcional, influenciaram gerações de roupas técnicas e continuam relevantes — mesmo quando muita gente ainda não reconhece de onde vieram.


Cada uma delas aparece no acervo porque carrega uma lógica própria de construção, propósito e permanência. Não estão ali por acaso. Elas explicam por que certas peças continuam fazendo sentido, mesmo depois de décadas.


Outras marcas ainda vão entrar nessa conversa — Carhartt, Ralph Lauren, Levi's. Mas por enquanto, esse post é um recorte do que move a curadoria: olhar atento, repertório vivo e roupa com intenção.

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